domingo, 5 de dezembro de 2010

A luz da chama


A partir daquela vela acesa sobre a mesa tive uma inspiração doce e praticamente divina, assim lancei-me a rascunhar algumas palavras a convite do silêncio momentâneo que prevalecia naquele quarto.

Sobre a mesa uma taça com água, um pequeno castiçal com uma vela acesa, um cinzeiro e um cardápio, essa mesa dispunha de dois lugares e que se apoiava na lateral desde cômodo.

Naquele momento mágico, essa vela particularmente exibia uma chama azul e brilhante como uma pedra preciosa, sentia o cheio do amor que havia ficado expressamente impregnado, meus poros ainda dilatados, meus músculos lutavam na tentativa de conter os impulsos involuntários, minha boca seca, minha cabeça tão aconchegada e bem que o tempo poderia parar.

A luz irradiava tão esplendidamente que não resisti seu chamado e levantei-me com uma toalha enrolada em meu corpo, arrastei suavemente uma das cadeiras e sentei-me com uma folha em branco e um lápis. Olhando para tudo que estava em minha volta, sentindo aquela tempestade de emoções que vivi naquele derradeiro instante, olhei com ternura para você que ali estava adormecido, lindo, sereno e em paz.

Parada diante de tudo e, sobretudo, enfeitiçada pela chama da vela que iluminava aquela folha em branco comecei a escrever e aos poucos as palavras tomaram vida e criaram forças para descrever fielmente a cada instante de amor.

Há muito invoquei aos céus por divinos dias como estes, gestos, carinhos, energia, entendimentos e sintonias, desejos e devaneios trocados por nós há todos os instantes, a fertilidade de idéias, o calor da pele e então o romance astral.

Essa noite, neste quarto, esse amor, neste momento ... vi surgir do medo,  renascer do abismo seco e ardente, doces e melodiosas palavras tão inseguras, contudo, cheias de poder, que depois do amor eu entrego a você tais palavras insinuadas pelo intimo olhar que lhe disponho.

Miss Novaes 05/12/2010

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