quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sou caça, sou presa
Sou liberdade insinuante
Sabores sapecando no céu da boca
Saliva e imaginação

Quente, doce e saudoso desejo
Lençois perfumados
Ombros, pernas ...virilha
Pele em pêlo

O vento que refresca
O beijo que incendeia
As mãos que te procura e te encontra
Ditos por dizeres

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Segue o calor rolando na pele, extravazando o atrevimento mais sinuoso
Apelos loucos e perdidos no tempo
Encontrando num abraço quente o corpo sedendo, mudo e dominado
Mordidas acesas, céu estrelado, vermelho intenso por baixo da roupa
Num vulto mágico trascorre mais perto o desejo irremediável
Danço para você e você canta para mim

Cubro meu corpo com teu violão
Segue como um acorde distraido pela volupia
Desta vez já sem vergonha e desenibida
Preparada e sem render-me ao cansaço
De joelhos e implorando
Gargalhadas imoral e sensacional
Sinto muito, sinto tudo, sinto desejo violento.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Eitâ cheiro bom


Eitâ cheiro bom de bala de cocô...
Enroladinha e enfeitada no papel de seda.
Dissolvendo no céu da boca.
Nostalgiando o que a vida tem de melhor.

Eitâ cheiro bom de menino levado...
Fazendo pirraça e me beijando os lábios.
Mordendo a boca e beliscando as costas.
Fecho meus olhos e aceito a vida ser o de melhor.

Eitâ cheiro bom de corpo molhado ...
Escorregando as mãos e me apertando forte.
Rolando na cama em cumprimento a vaidade do meu ser.
Dilacerando o tempo que passou.

Eitâ cheiro bom de ser mulher...
Se aos pés da cama vejo meu mundo colorir.
Aos arranhões de tua barba a fazer.
Esse calor e esse sussurro entorpecido ao pé do ouvido.


Eitâ cheiro bom deste sabonete ...
Essa água que lava o desassossego da alma.
Essa alma tão satisfeita de amor.
Cantando e dançando pelados.

Eita cheiro bom do seu abraço ...
E ao espelho o seu corpo nu tão perfeito.
Seu abraço me faz sorrir por uma alameda encantada.
Solta, livre e enfeitiçada aos teus agrados.

Eitâ cheiro bom de colo ...
De frente, lábios com lábios.
Corpos colados e beijos jamais desenhados.
Hipnotizada e inebriada com o sabor do seu abismo.

Eitâ cheiro bom de ser feliz ...
Esse cheiro paira no meu ser.
Alimenta meu apetite.
E me deixa com água na boca.


Miss Novaes
28/11/2010

Carnal


Aos poucos as nuances foram virando cela sem chave, perdidos naquele espaço reduzido e em algum lugar cujo destino era incerto, nem mesmo destino era necessário existir para que duas almas entrelaçadas pelo calor e suor do amor que escorria pelo rosto, pudessem acreditar em qualquer coisa que não fosse à entrega.

Naquele palco havia luzes presentes só em duas ocasiões, aquelas que se vêem em relatos de livros e de filmes, e a outra quando o desejo da carne está envolto ao do espírito.

E ali se ouvia as partituras que representavam o sabor do encontro, representados em ritmos cardíacos e respiratórios descontrolados e pincelados em pinturas tão intimas. A lua se fazia presente e expectadora naquele cenário fortalecendo o elo de duas almas entrelaçadas pelo suor do amor que agora escorria por todo o corpo e que se fundia com o cheiro intenso dos hormônios que borbulhavam pelos poros já dilatados de excitação.

Naquela paisagem não havia receios, nem tão pouco culpa, apenas duas almas sendo submetidas ao prazer e a entrega visceral da carne, que pouco a pouco era dilacerada pelos apelos da volúpia.

O mais fascinante, sobre o olhar despretensioso, era que nos momentos em que se ouviam gemidos via-se a projeção do amor que ali compartilhavam medidos pela fraqueza dos corpos trêmulos lançados num espaçamento de curtos e longos movimentos repetidos acompanhados pelas mãos e bocas incansavelmente dispostas a fazer daquele encontro além do tão certo gozo repetido em atos, a surpresa daquelas almas que ainda não poder ver que ali eles beiravam as correntezas de águas tão límpidas e tão despretensiosas que só o amor poderia lhes ter reservado.

As luzes baixaram, as portas se abriram e o desejo permanecia fazendo que ali permanecessem entrelaçadas, um dentro do outro como se fossem um só, encantadas com toda a cena que foram capazes de reluzir.

Miss Novaes

A luz da chama


A partir daquela vela acesa sobre a mesa tive uma inspiração doce e praticamente divina, assim lancei-me a rascunhar algumas palavras a convite do silêncio momentâneo que prevalecia naquele quarto.

Sobre a mesa uma taça com água, um pequeno castiçal com uma vela acesa, um cinzeiro e um cardápio, essa mesa dispunha de dois lugares e que se apoiava na lateral desde cômodo.

Naquele momento mágico, essa vela particularmente exibia uma chama azul e brilhante como uma pedra preciosa, sentia o cheio do amor que havia ficado expressamente impregnado, meus poros ainda dilatados, meus músculos lutavam na tentativa de conter os impulsos involuntários, minha boca seca, minha cabeça tão aconchegada e bem que o tempo poderia parar.

A luz irradiava tão esplendidamente que não resisti seu chamado e levantei-me com uma toalha enrolada em meu corpo, arrastei suavemente uma das cadeiras e sentei-me com uma folha em branco e um lápis. Olhando para tudo que estava em minha volta, sentindo aquela tempestade de emoções que vivi naquele derradeiro instante, olhei com ternura para você que ali estava adormecido, lindo, sereno e em paz.

Parada diante de tudo e, sobretudo, enfeitiçada pela chama da vela que iluminava aquela folha em branco comecei a escrever e aos poucos as palavras tomaram vida e criaram forças para descrever fielmente a cada instante de amor.

Há muito invoquei aos céus por divinos dias como estes, gestos, carinhos, energia, entendimentos e sintonias, desejos e devaneios trocados por nós há todos os instantes, a fertilidade de idéias, o calor da pele e então o romance astral.

Essa noite, neste quarto, esse amor, neste momento ... vi surgir do medo,  renascer do abismo seco e ardente, doces e melodiosas palavras tão inseguras, contudo, cheias de poder, que depois do amor eu entrego a você tais palavras insinuadas pelo intimo olhar que lhe disponho.

Miss Novaes 05/12/2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dança do Desejo

Dança do desejo

Na dança do desejo não se nega nada à satisfação, são generosos e intermináveis beijos afagados com o entrelaço dos braços, as mãos curiosas percorrem suavemente o corpo procurando incansavelmente afagar e conectar mais a fundo todos os limites que se fundem com o prazer. Minha boca é o órgão mais desembaraçado que saboreia com satisfação, quero ser dominada e domada, mas não consigo, pois a cada instante torna-se mais difícil evitar o sabor do seu corpo e torno-me a percorrê-lo.

Na dança do desejo existe apenas eu e você, descobrindo e percorrendo os sabores do seu corpo ultrapasso o limite do meu próprio e desejamos entregar-nos neste momento ao sabor do sexo e sem excitar sinto em meu corpo o ardor do desejo mais rico e a volúpia incontrolável que invade minhas entranhas com firmeza, carinho e intensidade.

Não existe pudor, porque até então desconhecia tantos sentimentos desordenados que nunca experimentados, tantas carícias simultâneas que perdi meus sentidos e conheci o desejo mais primitivo, animalesco e totalmente sem controle. Dançamos nus até que os corpos não pudessem mais opor-se e assim consentir o extravasamento do desejo, a dança de tão perfeita que juntos explodimos ao deleite esplendido de satisfação curiosamente.

Retornando a realidade e sem ainda me entregar e me repartir, a dança que exibi e continuo exibindo no olhar desde o primeiro instante que guardei você, sem porquês e sem razão. Tanta loucura assim aumenta o desejo de dançar e me afagar sem mistério e de infinitas maneiras.

Repito para mim mesma todas as noites em flashs este mundo forasteiro e não chego a nenhuma conclusão de onde cabe tanta excitação e assim quero me entorpecer neste mundo tão nosso e tão subjetivo. E agora pouco importa de onde vem tão pouco para onde vão, desejos não podem ser contrariados e jamais censurados, ao passo que me entrego por inteira nessa dança.

Miss Novaes, 17.11.2010